segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Jogada de Mestre

Com o título deste post, você leitor pode pensar que falarei aqui do golaço de Little Róbson em sua reestréia com a camisa do Santos, o gol de letra foi sensacional.

Pode pensar também que falarei de outras jogadas da partida, a tabela Neymar-Robinho que terminou em um milagre de Rogério Ceni, o pênalti com "paradão" do jovem santista que mostrou uma frieza tremenda em uma jogada que considero absurda existir no futebol, ou até dos dribles e passes precisos que fizeram de Ganso o melhor jogador em campo, Paulo Henrique é hoje para mim, a jóia mais preciosa do futebol brasileiro e será titular absoluto da seleção na Copa de 2014.

Mas não. Esses assuntos todos já foram muito explorados e discutidos em todos meios de comunicação. O mundo todo já viu e ouviu.

E o que o mundo todo viu junto a isso tudo é que é objeto deste post.

Reparei nisso logo em que as equipes entraram em campo.

Não sei quem é a mente por trás dessas ideias. Sei apenas que foram duas jogadas de mestre, calculadas, com um certo grau de risco, mas que dando certo, o retorno seria imenso.

Com vocês:


A rede de cartões de crédito fez ontem o mesmo que já tinha feito o ano passado, em ambos os casos seus executivos devem ter saído rindo de orelha a orelha.

Com o pensamento astuto de algum diretor de marketing, que deve ter tido o seu salário triplicado neste espaço de tempo, aproveitaram o fato de dois grandes clubes estarem sem patrocínio e de que estavam repatriando grandes astros do futebol para fecharem um contrato de exposição da marca para apenas uma partida. Vale lembrar também que melhor ainda era o fato desses dois jogos terem sido clássicos.

Ano passado, após uma discreta estreia de poucos minutos jogados contra o Itumbiara, Ronaldo voltava de vez contra o Palmeiras. No peito da camisa corintiana lá estava a Visa. Era arriscado, Ronaldo podia não jogar nada. Pior. Podia nem jogar, já que começou o jogo no banco e ainda estava visivelmente fora de forma. Mas era um clássico, a pressão por ele seria imensa, e se ele marcasse um gol ainda? Que visibilidade isso traria? Tudo isso deve ter passado na cabeça dos diretores da empresa. O risco valia a pena.

E como valeu. Não deu outra, o "Gordo" entrou, primeiro mandou uma bola na trave para então, aos 47 do segundo tempo guardar o seu. GOl. Alambrado quebrado. Imagem no mundo todo. Retorno garantido. Melhor não poderia ter sido.

Com essa experiência do Corinthians ano passado, apostar em Robinho era mais fácil. Mais novo, mais em forma. O que pesava contra era que Robinho tinha acabado de chegar, poderia mesmo nem jogar. Mas era um clássico, a pressão por ele seria imensa, e se ele marcasse um gol ainda? Que visibilidade isso traria? Essas respostas eles já tinham.

Quando o Santos entrou em campo ontem, eu pensei nisso tudo. Ainda comentei com minha namorada, só falta o muleque entrar e marcar um.

Não deu outra. Golaço de letra e sua imagem rodando o mundo. Êita empresa de sorte. Ou de visão. Esses dois lances renderam mais do que um ano inteiro de patrocínio em qualquer outro clube, ou nos próprios Santos e Corinthians em outros momentos, mas sem gastar nem um dezesseis ávos.

GO. Até a fala é parecida.

Um comentário:

  1. Muita sorte pela repercussão mundial... mas aqui pra nós o risco não era tão grande assim porque a estréia em si já traz grande repercussão. Tudo bem que não tão grande quanto um gol no fim do jogo com comemoração nos alambrados e o tremendo golaço de letra!

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