sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Os Brasileiros na Libertadores
Nesta semana tivemos pela primeira vez os cinco representantes brasileiros em campo pela Libertadores, Cruzeiro e São Paulo já faziam o seu segundo jogo no torneio. Já é possível traçar alguns paralelos.
Não é exagero dizer que os times do Brasil estão entre os principais candidatos ao título, mas nos jogos dessa semana, todos passaram de alguma forma por um susto.
O menor deles foi o Flamengo, que em um Maracanã com apenas 24.ooo pessoas, viu Willians ser expulso logo aos dois minutos de jogo contra a Universidade Católica. Mais o time chileno não soube se aproveitar disso e foi presa fácil para o rubro-negro, vitória por 2 a 0 com direito a pênalti perdido de Vagner Love. Em grupo que conta ainda com o venezuelano Caracas e outro chileno, a Universidade do Chile, o mengão não deve encontrar maiores dificuldades para passar de fase. O pior do jogo mesmo foi a torcida que se diz a maior do mundo colocar esse público pífio no Maraca. Pior público entre os brasileiro não só em números brutos, mas também e principalmente em porcentagem, levando-se em conta a capacidade do estádio. Não teve nem 50% do Mário Filho ocupado.
Outro time que venceu fácil e também enfrentou um chileno foi o Cruzeiro. Mas que passou um susto também, ah isso passou. Em um Mineirão com 33 mil pessoas (dizem por BH que o público só não foi maior devido ao 4° dia de greve dos motoristas de ônibus), o Cruzeiro aplicou 4 a 1 no Colo-Colo. Digo então o porque do susto. O clube de Minas está no que é provavelmente o grupo mais forte da Libertadores, tem um figurante, o Deportivo Itália da Venezuela, mas os outros três times são fortes e brigam diretamente pela vaga, que não se sabe ainda se será uma ou duas (apenas os seis melhores segundo colocados avançam de fase), além de Cruzeiro e Colo-Colo, o grupo tem também o argentino Velez. Daí o problema ser que o time mineiro já havia perdido para o Velez na primeira rodada enquanto o Colo-Colo venceu o time venezuelano. Na segunda rodada o Velez foi para seis pontos com vitória sobre o Deportivo Italia, o que só aumentava a pressão para o Cruzeiro vencer. No intervalo de jogo o placar estava empatado em 1 a 1, o que deixava o time celeste com apenas um ponto e começava a complicar sua classificação, o 4 a 1 só veio depois que os chilenos tiveram dois jogadores expulsos.
Um fato curioso e triste sobre esses dois jogos, é que apesar dos 450 Km que separam BH do Rio, duas torcidas organizadas chilenas, uma do Colo-Colo e outra da Universidade Católica, se encontraram e se enfrentaram em plena cidade maravilhosa, o quebra-pau rolou solto bem longe do Chile. Violência não é privilégio brasileiro.
Com o melhor público entre os brasileiros, 39 mil pessoas, o Internacional enfrentou no Beira-Rio o equatoriano Emelec, tinha tudo para ser um jogo fácil, mas em Libertadores não existe esse tipo de partida. O time do Equador saiu na frente, vazando o estreante goleiro argentino Pato Abondanzieri. o Inter empatou e só conseguiu o gol que garantia os três pontos aos 42 do segundo tempo. Apesar do susto é outro que não deve encontrar dificuldades para avançar de fase.
O Corinthians foi outro que levou o susto de sair perdendo. No Pacaembu com 33 mil pessoas, o alvi-negro foi vazado pelo desconhecido Racing do Uruguai com apenas um minuto de jogo e teve que suar para furar o ferrolho que se instalou na zaga uruguaia, isso sem contar é claro com a já conhecida catimba dos compadres de Lugano, mas com dois gols de Elias em jogadas muito parecidas, acabou conseguindo a vitória na sua estreia. O público no estádio Paulo Machado de Carvalho, mesmo tendo sido bom, já que sua capacidade é de 37 mil pessoas, indicou duas coisas: primeiro que o programa Fiel Torcedor foi um sucesso, mas um sucesso nos setores populares, os ingressos de arquibancada e tobogã já se esgotaram há tempos para os três jogos dessa fase, mas ainda encontra resistência entre os mais endinheirados. Outro é que esses 4 mil lugares que ficaram vazios são resultado do abusivo ingresso que pode chegar a R$ 500. Mesmo assim, o Timão conseguiu a segunda melhor renda de sua história com impressionantes R$ 2 milhões e 180 mil, a primeira é pouco superior a isso e foi obtida em uma final, com muito mais gente e em um estádio com maior capacidade (o Morumbi).
E foi o time do Morumbi, que justamente parecia que não iria levar maiores sustos, acabou levando o maior, foi o único brasileiro derrotado na semana. O São Paulo, que levou 35 mil pessoas para assistir a vitória sobre o Monterrey do México na primeira rodada, viajou até Manizales na Colômbia para enfrentar um antigo fantasma, o Once Caldas, time que o eliminou nas semifinais da Libertadores de 2004. O tricolor saiu na frente com um gol de falta do goleiro Rogério, o que o tornou o maior artilheiro isolado da história são-paulina na competição com 11 gols, mas a sina de que quando seu capitão marca o time não perde, ruiu pela primeira vez. Até então tinham sido 83 jogos com gols de Rogério, o São Paulo saiu vencedor em 65 vezes e tinha empatado as outras 18. Mas para tudo tem uma primeira vez não é? Ou uma segunda, porque o time colombiano virou a partida e repetiu o placar de seis anos antes.
Os times brasileiros continuam sendo favoritos, mas para quem pensou que a ausência de Boca e River iria facilitar alguma coisa está se enganando.
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Boa!!
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