sexta-feira, 5 de março de 2010

Surpresa...É Cinema!



Sei que ainda estou devendo uma postagem sobre a minha ida ao teatro no carnaval. É que pensei bem e decidi escrever sobre a peça na coluna de cinema, por uma simples razão: a encenação também tem a sua versão filmada. Como já havia escrito sobre os filmes da semana, decidi deixar para a próxima postagem.

Então. Fui assistir a "Hairspray". Não tinha muita intenção de faze-lo, mas como meu sobrinho manco-sem-dedo favorito estava em São Paulo, e assim como a minha, sua namorada queria assistir a peça, fomos os quatro ao novissímo teatro do Bourbon Shopping.

Confesso que nunca fui muito fã de musicais, já estava preparado para o pior. Não conseguia imaginar uma trama, onde de repente os personagens começam a cantarolar, fora a dificuldade de se achar bons atores que também saibam fazer bom uso de sua voz.

Mas se depender de "Hairspray" vou assistir a outros musicais, ele é contagiante e engraçado. Mesmo de longe (também quem manda comprar o ingresso mais barato da peça) tive boas surpresas. A melhor delas foi sem dúvida a desconhecida Simone Gutierrez, que está no papel principal, ela dançando e cantando é coisa mais engraçada do mundo. Arlete Salles ao vivo é melhor ainda. Jonatas Faro cumpre muito bem o seu papel de galã. O núcleo negro é fantástico, cheio de swing. Edson Celulari, que vive a mãe da protagonista, função que coube a John Travolta no cinema, é quem decepciona, não tem voz e nem desenvoltura para se fazer passar por uma mulher. Quem está no papel de seu marido também dá show, mas vou ficar devendo o nome do ator infelizmente.

A história é bem simples. Se passa em Baltimore (EUA) dos anos 60, época de segregação racial e mostra a história de uma gordinha querendo virar uma famosa dançarina de um programa de TV popular, no trajeto para isso, encara o preconceito, se junta aos negros e música rola solta.

Vale a ida ao teatro (se saiu do Rio, deve também sair de São Paulo e ir em breve para outros destinos, porque se trata de uma super-produção), mas além disso, instiga a assistir a versão americana.


Que não se esqueçam que nesse domingo tem a cerimônia do Oscar 2010. inda não consegui ver "Guerra ao Terror", espero que faça isso antes de domingo, mas como preparação fui assistir a outro indicado na categoria Melhor Filme.

"Um Homem Sério" é mais uma produção dos aclamados diretores de "Queime depois de Ler", os irmãos Joel e Ethan Coen. Os filmes podem até ser comparados, são de um humor sutil mas muito bom. Talvez por isso algumas pessoas podem ficar com a sensação de que ao final do filme, ficou faltando alguma coisa.

O filme é a história, ou melhor, a saga de uma família judaica americana e gira em torno do pai, Larry Gopnick.

Larry é um professor de Fisíca que assiste calmamente o seu mundo desabar lentamente, chega a dar uma agonia de ver as coisas acontecendo e ele não fazendo nada, parece que eles espera as coisas se encaixarem naturalmente, o que não ocorre.

Situações como a de sua mulher te trocar por um cara que ainda tenta ser seu amigo e a todo instante diz "as coisa vão ficar boas", ou então a de seus filhos adolescentes, o menino que só fala com ele para pedir que ajeite a antena da TV e a filha louca para fazer uma plástica as escondidas e que para isso vive roubando sua carteira, são de deixar qualquer um maluco, mas Larry continua mantendo a sua pose de homem sério, tranquilo.

No máximo o que ele faz é ir atrás de conselhos dos rabinos, só esses diálogos já valem o filme.

Filme altamente recomendável, que ao contrário de "Onde os Fracos não Tem Vez" não deve garantir nenhuma estatueta aos seus diretores, mas garante boas risadas. Semana que vem escreverei sobre a cerimônia da acadêmia.

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