Este era o livro do qual eu queria falar há cerca de duas semanas e fui impedido por "forças maiores". Ele se chama "O Garoto no Convés" e seu autor, o irlandês John Boyne, figura agora entre os meus favoritos.
E se deve ao fato de ter escrito além desta obra, o livro "O Menino do Pijama Listrado", o qual já comentei aqui no blog antes. Para quem leu e gostou de "O Menino...", "O Garoto no Convés" é mais do que indicado, pois além de conter as mesmas qualidades tem a vantagem de ser muito mais extenso. Enquanto "O Menino..." tinha pouco mais de 100 páginas, "O Garoto..." ultrapassa 400, o que evita um gostinho maior de quero mais.
Sei que existem outros livros do irlandês, um inclusive a ser lançado ainda este ano, mas esses dois do qual falei ainda são os únicos com uma versão em português, e já foram suficientes para me cativar bastante.
Digo isso porque suas duas obras se assemelham em alguns apectos, em um principalmente, e esta característica eu não sei se ocorre em seus outros romances também. Porque é claro que a linguagem deve ser parecida, cada escritor tem o seu estilo, e o de Boyne é suave, de leitura extremamente agradável e prazerosa. Você não se cansa ao ler seus textos.
O fator comum aos dois livros é Boyne mistura o real e o imaginário com maestria. Ambos são ambientados com lugares e fatos que realmente aconteceram na história, e o autor consegue se "intrometer" nela de uma tal maneira que não seria impossível alguém achar que o seu personagem também foi parte verdadeira do que ficou na história, parece que ele conta como se realmente fosse alguém que participou dos eventos.
"O Menino..." como já disse, tem como pano de fundo um campo de extermínio nazista da 2° Guerra, até ai qualquer um pode dizer que esta é uma história largamente conhecida na história da humanidade, e que ser capaz de escrever um romance tendo isso de cenário não é grande coisa. Errado, porque eles nos diz através de um menino, como o título diz, filho de um militar alemão, que não vê aquilo com olhos de adulto.
Se neste romance o autor já tinha sido genial, em "O Garoto..." ele extrapola. Ele relata a história de um navio da Real Marinha Inglesa, o Bounty, que tinha a missão de ir até o Taiti recolher mudas de fruta-pão para levar às Indías Ocidentais, a fruta seria uma maneira mais barata de alimentar os escravos. Acontece que o navio, logo após deixar a ilha, sofreu um motim. Os homens da tripulação não queriam deixar para trás as mulheres e a boa vida que tinham no Taiti. Deixaram o Capítão e alguns outros tripulantes à deriva em um pequeno bote.
Esta também é uma história verdadeira, mas não tão conhecida, talvez seja para os ingleses, não sei. E John Boyne foi mestre ao relatar todos incidentes desta viagem, para isso é claro, ele teve um grande trabalho de pesquisa, e isso não qualquer escritor que faz.
Todos os personagens de seu romance de fato existiram, o Capitão, seu imediato, os oficiais a bordo e todos outros tripulantes, é exceção é apenas o garoto que conta a história, que trabalhava como um faz tudo para o Capitão. Mas ele é colocado de forma tão brilhante no enredo e na maneira como vai parar no navio que você até desconfia.
No final do livro você me conta quem se tornou um bom Capitão ok?
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