quinta-feira, 6 de maio de 2010
Exageros do mestre Luxa
Vanderlei Luxemburgo conseguiu tirar o foco da sua aparente nova categoria de treinador no futebol brasileiro: lenda. Sim. Porque o espanto? O Luxa, como ele deve adorar ser chamado pelas estrelas com quem já trabalhou, é um treinador extremamente vencedor no futebol brasileiro, afinal é recordista de títulos nacionais e mesmo que alguns digam que nunca venceu nada além das fronteiras tupiniquins é uma lenda.
Mas ser uma lenda não significa ter imunidade às críticas ou provocações. Sem ganhar nada faz tempo (não considero um título mineiro contra o Ipatinga digno de registro em sua carreira), Luxemburgo está cada vez mais desgostoso com o futebol. Ele não consegue mais ser o único inteligente entre todos os "burros" do país. Para desviar o foco do trabalho "normal" que faz à frente do Atlético MINEIRO resolveu MINAR os meninos da vila, que fizeram uma simples brincadeira.
A imprensa paulista, que idolatra Luxemburgo, adorou ouvir as palavras "contundentes" do antigo mestre "nunca mais treinarei o Santos", mas é puro exagero. No nosso futebol, sempre houveram as provocações, que deixam nossos jogos mais atrativos e nossas torcidas mais inflamadas, o que não implica, necessariamente, em violência. Quem não lembra das farpas trocadas entre Túlio, Romário e Edmundo no campeonato carioca ou mesmo das declarações nada politicamente corretas de Vampeta.
Sem essas "picuinhas" o futebol perde um pouco da graça. Imagine se os torcedores não se provocassem nas vésperas dos clássicos e nos dias seguintes. Essas provocações sempre fizeram parte da cultura do futebol brasileiro, aumentam a rivalidade entre as equipes, o que faz crescer a paixão do torcedor pelos seus clubes e é um dos vários ingredientes que resultam em estádios cheios.
O professor Vanderlei levou tudo muito a sério. Em outros tempos, ele agradeceria aos meninos da Vila por darem "combustível" da mais alta qualidade para a sua preleção, porque antes de ser um grande treinador, Luxemburgo sempre foi um grande motivador. Ontem, disse que esteve com Robinho quando sua mãe foi sequestrada, que esteve com Felipe quando foi pego no antidoping, que tratou Neymar com carinho. Apelou de todas as formas para tirar o foco da fraquísssima exibição do Atlético Mineiro.
Também pudera. O velho mestre não tem mais nas mãos o Palmeiras de Rivaldo e Djalminha, nem o Corinthians de Marcelinho, Edilson e Rincón, nem o Cruzeiro de Alex e nem o próprio Santos de Robinho e Deivid. Luxemburgo não dirige mais grandes esquadrões e não ganha mais grandes títulos. Talvez resida nestes motivos a sua intolerância com uma provocação tão corriqueira no nosso futebol.
Vanderlei Luxemburgo pode até queimar minha língua num futuro nada distante. Não duvido de sua capacidade. Mas acredito que a lenda já escreveu sua história no futebol como treinador e tinha que partir para outra função, que tenha menos exposição e fique longe das brincadeiras. O mestre nunca foi bem humorado, principalmente, quando é derrotado.
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