terça-feira, 4 de maio de 2010

O Texto da Discórdia

Vejam se está tão ruim assim...




Estádio do Pacaembu abre as portas para a população.
As atividades do estádio não se restringem ao futebol

Ele fica localizado no bairro do Pacaembu, é cercado por mansões, já que esta é uma área nobre da capital paulista, lá mora quem tem cacife, mas esses moradores já estão acostumados a receberem a visita de uma multidão que altera completamente a atmosfera do bairro, são apaixonados e até viciados por uma droga que já foi chamada de ópio do povo, o que eles buscam é a bola, que rola no local quase toda semana.

Eles já nem se importam com o burburinho que acontece nas ruas durante esses dias, muitos entram na festa, não há como evitar, porque eles sabem que ali é a residência do mais importante morador do bairro, é por ele que todos estão por lá. Este importante residente se chama Paulo Machado de Carvalho. Não, não é o chefe da delegação brasileira vitoriosa nas copas de 1958 e 1962, é o estádio do Pacaembu que em homenagem ao “Marechal da vitória” carrega seu nome.

Inaugurado em 27 de abril de 1940, ele já nasceu predestinado para a grandeza. Neste dia houve uma solenidade com a presença do então presidente Getúlio Vargas e outras diversas autoridades. Tinha pompa de ser o estádio mais moderno das Américas, possuía uma grande concha acústica que lhe permitia ser palco para outras artes também.

Lá foram jogadas seis partidas da Copa do Mundo de 1950, inclusive o empate em 2 a 2 da seleção brasileira com a Suíça, também recebeu a final do quarto centenário da cidade de São Paulo e abrigou os jogos Pan-Americanos de 1963, sua abertura e encerramento, além das finais de atletismo e futebol, sua grandeza já era respeitada.

Mas o tempo foi passando, sua concha removida para dar lugar a mais um setor de arquibancada, um outro estádio na cidade foi inaugurado, o do Morumbi, que maior e mais moderno passou a abrigar as finais de campeonatos e os jogos mais importantes, o Pacaembu foi sendo esquecido aos poucos.

E como quem nasce para ser rei nunca perde a majestade o Pacaembu se reergueu, primeiro sendo adotado pela maior torcida do Estado, a do Corinthians, que órfãos de estádio, passou a mandar seus jogos lá, depois, aos poucos, as finais começaram a voltar para seu gramados, o Palmeiras foi campeão brasileiro em cima do Corinthians em 1994, no ano seguinte foi a vez do Botafogo soltar o grito da garganta depois de um empate contra o Santos. Em 2002 o mais importante torneio sulamericano teve a final no Pacaembu, o Olímpia do Paraguai foi campeão da Libertadores em seus gramados contra o pequeno São Caetano.

Mas o local não vive apenas das partidas lá realizadas, há dois anos recebeu do Estado de São Paulo a honraria de ser a sede do Museu do Futebol, onde estão guardadas as mais importantes memórias do nosso esporte bretão. Distintivos e flâmulas dos mais diversos clubes, imagens e vídeos de uma época áurea do futebol, histórias que pareciam estar perdidas, tudo isso se encontra lá.

O estádio se tornou também um incentivador do contato mais direto com o esporte, “Sempre gostei de futebol, mas nunca tinha ido ver um jogo por conta do medo da violência, foi o museu, com sua seção dos gritos de torcida que me motivou a ir ao primeiro, não poderia perder uma sensação daquelas” conta a estudante Daniela de Lima, 22 anos, moradora do bairro e que gosta de passar as suas tardes de quinta-feira, dia em que a entrada do museu é gratuita, em suas dependências, “Toda vez encontro algo novo no museu, eu não me canso de vir aqui” conta ela.

O museu funciona de terça a domingo, com entrada das 10 às 17 horas. O ingresso custa R$ 6,00 e estudantes com carteirinha, aposentados e maiores de 60 anos pagam meia.

O que poucos sabem é que além de tudo isso, o estádio do Pacaembu abre suas portas para a população de uma outra maneira. Nos fundos do estádio funciona um grande complexo esportivo.

Qualquer um pode usufruir de sua piscina olímpica, quadra de futsal, sala de musculação e pista de cooper. Para isso basta a pessoa levar um comprovante de residência, uma cópia do RG e uma foto 2x2 para fazer a carteirinha na secretaria do complexo, que funciona de terça a sexta-feira das 9 às 16:45 horas, depois de feito o exame médico, é só aproveitar o espaço.

Para Thomas Frenk, 23 anos, o Pacaembu, já se tornou parte de sua rotina, “eu era sócio do Hebraica, mas com toda essa mordomia do lado de casa, praticamente me mudei para cá” conta ele.

O local, mais do que nunca, é hoje um importante centro de convivência na cidade, “seja em dias de jogos, para ir ao museu ou ao clube, estou sempre por aqui” completa o estudante.

Pouco conhecido além das partidas nele realizadas, o Pacaembu mostra que também é um grande pólo de lazer e cultura na cidade de São Paulo, um local diferenciado nesta grande metrópole.

Um comentário:

  1. Acho que tem alguns erros de pontuação, mas não está caótico coisa nenhuma e o trabalho de apuração e pesquisa foi muito legal. Os professores estudam tanto regras que esquecem a essência do jornalismo... o conteúdo.

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