segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Uma hora isso iria acontecer



Não vou falar do caso Marquinhos. Acho que o fato da suposta cassetada do policial tem que ser inverstigado com calma. Por mais duvidosa que tenha sido a cena do P.M sair de fininho da confusão, confesso que não vi marca alguma nas costas do meia santista, que fazia questão de exibi-lá a torto e a direito. O atacante Marcel também não pode pôr o dedo na cara de ninguém, muito menos de um policial, mesmo que esse seja um despreparado. Quero ver ele fazer isso na rua. Mas as manchetes que me importam são as esportivas, que obviamente não são essas. Mas que a justiça cuide do caso direito.

Vou falar é do que incadiou tudo. A bola.

Não vou defender os brucutus que vivem a bater no futebol, mas não vou defender também o garoto Neymar, por mais habilidoso que ele seja, e por mais que ele jogue o futebol que o brasileiro gosta de ver. Não vou criticar seu futebol, não há como fazer isso hoje, o menino joga muito. Vou criticar sim algumas de suas atitudes.

Porque o que aconteceu ontem em Fortaleza já estava anunciado.

Primeiro, a briga generalizada só ocorreu porque o time da Vila Belmiro perdeu. Se tivesse ganho, não importa quantas pancadas Neymar levasse, as cenas lamentáveis não teriam sido vistas. O problema começa ai.

O Santos não sabe perder. Neymar não sabe perder. Após uma enxurrada de matérias veinculadas na mídia exaltando o garoto, principalmente depois de ter recusado uma proposta do futebol inglês, Neymar pode ter começado a achar que realmente é o Garoto de Ouro do Brasil, um intocável.

Isso ele ainda está longe de ser. Tem que comer muito arroz com feijão ainda.

Não estou aqui pedindo para que ele cesse com seus dribles, longe disso, eu até os incentivo. Mas tem que saber que vai apanhar também, tem que saber que nem sempre vai dar certo. Neymar tem ultrapassado com certo custume do abusado para o prepotente, e isso é perigoso.

Se devemos aplaudir o seu jogo bonito, temos também o dever de repreender quando ele faz algo errado. Isso pouco foi visto. Como nos casos dos lençois em Chicão, do Corinthians e Marcinho Guerreiro, do Avaí. Em ambos o jogo já estava parado, no caso do avaiano, o defensor estava no chão, completamente indefeso. Duas cenas feias de se ver, ainda mais cometidas por um garoto tão habilidoso, que não precisa de tais artemanhas para mostrar que sabe jogar bola.

Falar como o técnico Dorival Jr. que isso é intrínseco ao garoto é conversa para boi dormir. Se ele fosse o treinador dos zagueiros seu discurso seria completamente diferente. Dorival, no papel de treinador tem que educar o jogador. E ele não tem feito isso.

Neymar é hoje uma realidade com possibilidade de grande futuro, mas anda muito mimado, por todos. Após o jogo foi escrever no twitter que estava cansado de tudo isso (de ser caçado em campo), respondeu de forma áspera ao seu ex-assessor, que disse que ele havia errado e que ainda tinha muito o que aprender.

- Tem que aprender o que ?? Tu que tem que aprender rapa! - escreveu, para em seguida postar outro comentário em cima: - E outra, eu aprendo todo dia!.

Agora o que ele está aprendendo todo dia é o problema. Porque aprender a ser "malandro" e usar correntona de prata é fácil. Aprender a perder e ter humildade, por mais rico que seja, são outros 500.

Neymar tem achado que anda com o rei na barriga. Acorda garoto, é você que está na barriga do rei.

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