Semana passada terminei de ler "Bonnie & Clyde, a vida por trás da lenda", de Paul Schineider. Infelizmente não tenho tantos elogios quanto gostaria, ou esperava, para este livro, nem o quanto estou acostumado a escrever sobre obras aqui neste espaço.
Graças a Ruy Castro e seu livro sobre Garrincha, estava em uma fase de interesse por biografias, foi quando me deparei com este livro. Achei interessante, Bonnie e Clyde, sempre quiz saber de verdade quem tinham sido esses dois grandes ladrões americanos da época da Grande Depressão. Quando li a parte de trás do livro e lá estava comparando esta obra ao excepcional "A Sangue Frio" de Truman Capote, decidi, é este livro que vou ler.
Só que a história não foi tão boa assim. Comparar este livro ao best-seller de Capote é no minímo exagero, tão pouco sua escritas se assemelham. Capote é genial ao retratar um dos crimes que mais assombraram a América, Paul é no máximo um bom historiador.
A leitura de seu livro é um tanto pesada, não ganha ritmo nunca, por mais de uma vez pensei em parar no meio, mas minha curiosidade sobre o casal falava mais alto e continuava a leitura, mas nunca conseguia passar de 40 páginas de uma vez, isso era o máximo. Schineider trata o leitor sempre como se ele fosse Clyde, então por diversas vezes você encontra trechos falando, você estava cansado, você é isso, você não queria ter feito aquilo etc. Isso deixa a leitura um tanto chata.
Como se isso não bastasse, a leitura ainda me trouxe à tona a verdade de Bonnie e Clyde. E não sei se considero isso uma vantagem ou não, pelo menos esclareceu as coisas.
O casal de criminosos mais conhecidos do mundo não passavam de ladrões de galinha, essa é grande verdade. Não efetuaram nenhum grande roubo, o que eles faziam era roubar postos de gasolina de beira de estrada e carros, vivendo na estrada, indo de um estado para outro.
Mais do que isso, o livro, ou a lenda se prefereirem, poderiam se chamar, Bonnie, Clyde e W.D, ou então, Bonnie e os irmãos Barrow, e sabe porque? Porque o casal nunca estava sozinho em suas aventuras. Viajaram um bom tempo com esse W.D, que depois que se cansou da vida que levavam, fugiu, passaram a viver então com o irmão mais velho de Clyde e sua mulher.
Não sei se é idealização americana ou que é que pode ter feito eles virarem essa lenda toda. O máximo que faziam eram matar os policiais que cruzassem o seu caminho. Realizaram talvez uma grande fuga de uma emboscada armada pela polícia, mas confesso que esta foi espetacular. Clyde adorava dirigir e quase matou Bonnie em um acidente por causa dessa paixão.
Talvez fossem tão procurados pela paixão de Clyde pelas armas, ele sempre carregava um arsenal consigo, e pelo fato de que causavam uma certa bagunça por onde passavam. Talvez pelo fato de o FBI ter começado a se articular também por causa deles, já que percorriam vários Estados.
Mas não realizaram grandes feitos, um crime que tenha chocado os E.U.A, nada do gênero. Até sua fuga desenfreada para lugar nenhum foi tão longa. Sua aventura deve ter durado pouco mais de um ano até que fossem mortos.
Enfim, se estiver com esse livro e "A Sangue Frio" a sua frente, e não souber qual escolher, vá direto no segundo que você não se arrependerá. O primeiro serve apenas se você é daqueles que gosta de exterminar mitos.
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