segunda-feira, 5 de abril de 2010

O Passeio em Sampa


Pedroca já está de volta a Recife.

Mas consegui pensar em um bom passeio para se fazer por aqui em São Paulo.
Claro. O centrão!

Tem gente que odeia, eu sou daqueles que adora andar por suas calçadas, com exceção é claro a véspera de natal na 25 de março. Isso ninguém merece.

O centro de São Paulo é um lugar onde se encontra de tudo, terra de contrastes. O local que escolhemos para o passeio bem reflete isso, o Parque da Luz abriga não apenas uma histórica estação de trem e metrô, mas também dezenas de prostitutas, das mais diversas idades, tudo isso em meio a muito verde e ao lado de um centro referência em cultura na capital paulistana, a Pinacoteca do Estado.

Fomos até lá. E descobrimos que era na Estação Pinacoteca, localizada no Largo General Osório, 66, em frente ao antigo prédio do DOPS, que estava a exposição que procuravamos, Andy Warhol, o Mr. América.

Pedro, em poucas palavras, já descreveu aqui o que foi para ele essa visita. A minha opinião não é muito diferente.

Warhol pode ter sido o pai da Pop Art, pode ter se utilizado de técnicas pouco usuais nas artes plásticas, pode até ter levantado a questão sobre o que é arte. Porque para mim levantou, e sinceramente, não considero arte um vídeo de 5 horas e 40 minutos de seu amante dormindo.

Fora um imenso orgulho que ele tinha de ser americano, não sei herdado da onde, tendo em vista que seus pais eram eslováquios. Tudo ali não fazia sentido nenhum para mim.

Sei, ainda mais como jornalista, que devemos ter muito cuidado com informações obtidas na internet. Principalmente a tal da Wikipédia, que tempos atrás foi responsável por fazer um jornal arábe falar que Neymar jogaria pela Argélia, mas o que o artigo sobre Andy na Wiki traz, resume bem o sentimento que ficou depois de ter ido ver sua exposição.

Lá está uma frase de Robert Hughes, um crítico de arte australiano que escrevia para a revista Time: "Warhol foi uma das pessoas mais chatas que já conheci, pois era do tipo que não tinha nada a dizer. Sua obra também não me toca. Ele até produziu coisas relevantes no começo dos anos 60. Mas, no geral, não tenho dúvidas de que é a reputação mais ridiculamente superestimada do século XX"

Valia mais a pena ter ficado no térreo, onde passamos na saída. Lá estavam importantes documentos do DOPS sobre Carlos Marighela a quem chamavam de terrorista, mas foi brutalmente assassinado pela ditadura. Havia inclusive manuscritos do próprio, algumas anotações e uma carta endereçada a Dom Hélder Câmara.

Um material impagável. Até porque, aquela parte era de graça. Ficava antes da entrada das exposições.

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